Da
mitologia à Filosofia.
Há
uma lenda, ou mito, de que Roma foi fundada por
Rômulo e Remo, os quais teriam sido criados
por um animal - uma loba.
O
nosso raciocínio lógico não
nos deixa sustentar esta tese, haja visto que crianças
que foram criadas por lobos, mostraram-se comprometidas
do ponto de vista do intelecto, da linguagem e até
da postura ereta. Crianças achadas em agrupamentos
de lobos apresentavam uma comunicação
limitada a grunhidos, latidos, andavam de quatro
e mostravam-se extremamente parecidas com os lobos,
no que diz respeito ao comportamento.
Crianças
assim não teriam condições
de fundar uma cidade. Isto é apenas um mito,
uma crença, uma forma de explicar a realidade
sem um conhecimento científico, filosófico
ou sócio-histórico.
Um
conhecimento aprofundado da questão demonstraria
que nos tempos antigos, os pastores de ovelhas davam
os seus animais às prostitutas em troca de
"carinhos". Motivo pelo qual, estas foram
apelidadas de "lobas". Logo, o entendimento
de um mito num patamar racional - filosófico
- se dá pelo conhecimento histórico-social
da questão: Rômulo e Remo foram criados
por uma "loba", apelido da prostituta
que os criou.
A
filosofia promove uma nova forma de entendimento
do mundo, com explicações científicas
que nos dão "instrumental" para
análise e nos "vacina" das crendices,
medos ou quaisquer formas de manipulação.
Apesar
disto, a filosofia não tira a beleza das
explicações míticas, pois a
sua importância se impôe ao demonstrar
que o entendimento mítico é inerente
ao ser humano nas mais diversas culturas. E dentro
deste entendimento percebemos que, dentro do que
chamamos de "senso comum", há uma
dose enorme de "bom senso".
(Ivan Segura e Fernando Fernandes)
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